Mimos para minha filha!
E não tem o que fazer, não há como
voltar atrás e refazer. Não há como ter outros filhos, construir outra vida.
Não há mais tempo, não para mim. Contudo, não os culpo. Como poderiam
compreender um amor assim, no cotidiano, na crueza, no viés da vida? Seria
preciso detalhar, entrever as atitudes, ler nas entrelinhas a história de um
amor, que embora rude, é sem medidas, sem tamanho... Um amor que fica por aí no
tempo, no espaço, porque ele existe e não tem como voltar para dentro de mim.
Eu me tornei assim como uma tempestade que se forma e a chuva não cai. Como um
rio que corre, mas não murmura. Como o vento que sopra, mas não canta. Como uma
árvore que floresceu deu frutos, mas não dá mais nem sombra. Não tem seiva, não
tem vida.
Lécia
Freitas em Desabafo