domingo, 28 de fevereiro de 2016

Coisas que eu amo!


Mimos para minha filha!


E não tem o que fazer, não há como voltar atrás e refazer. Não há como ter outros filhos, construir outra vida. Não há mais tempo, não para mim. Contudo, não os culpo. Como poderiam compreender um amor assim, no cotidiano, na crueza, no viés da vida? Seria preciso detalhar, entrever as atitudes, ler nas entrelinhas a história de um amor, que embora rude, é sem medidas, sem tamanho... Um amor que fica por aí no tempo, no espaço, porque ele existe e não tem como voltar para dentro de mim. Eu me tornei assim como uma tempestade que se forma e a chuva não cai. Como um rio que corre, mas não murmura. Como o vento que sopra, mas não canta. Como uma árvore que floresceu deu frutos, mas não dá mais nem sombra. Não tem seiva, não tem vida.

 Lécia Freitas em Desabafo

Coisas que eu amo!

Acho lindo este tipo de bordado! Em alguns lugares do Brasil, o nome é redendê.
Tenho o gráfico, caso alguém queira.


Sempre sei, realmente. Só o que eu quis, todo o tempo, o que eu pelejei para achar, era uma coisa só - a inteira - cujo significado e vislumbrado dela eu vejo que sempre tive. A que era: que existe uma receita, a norma dum caminho certo, estreito, de cada uma pessoa viver - e essa pauta cada um tem - mas a gente mesmo, no comum, não sabe encontrar; como é que, sozinho, por si, alguém ia poder encontrar e saber?


 João Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Coisas que eu amo!


Alguns trabalhos com tecidos
Porta copos ou xícaras. Estes são para o enxoval de minha filha, Luhara.

Jogo americano utilizando a chita



Envergonha-se ao reconhecer que não é mais aquela mocinha. Envelheceu, não há mais curvas, está pesada. Os peitos murchos, caídos. Amamentara os quatro. - E agora, o que fazer? A roupa, uma ajeitada, rápida, na roupa. As unhas, ele não vai nem olhar as unhas. Pelo menos estão limpas, lixadas. Por que não passei um batom quando saí?! Devia ter imaginado! Ela quase ri de si mesma, como imaginar um encontro desses?! E os cabelos?! Nenhuma escova, nada, sempre presos, achava mais prático. Ela vai lá no fundo e resgata: ele gostava de cabelos compridos! Rapidamente, solta os cabelos e penteia-os com os dedos. Como em câmera lenta ela dá os últimos passos que a separam do príncipe encantado de sua vida, da própria felicidade. - O que vou dizer?

Lécia Freitas em  O Amor...O Reencontro
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