Meu quintal é achadouro de poesia...
Lá todo poeta faz a festa...
Tem casinhas de formigas arquitetas...
Margaridas dançando ciranda, caramanchão onde bougainville fez platibanda...
Tem cravo apaixonada pela rosa toda prosa e florzinha de laranjeira esperando sabiá...
Meu quintal é criadouro de sonhos...
Tem besouros vestidos de fraques reluzentes...
Libélulas de todas as cores de asas transparentes...
meu quintal tem fonte que é fervedouro de poesia
onde borboletas se banham,
onde borboletas se banham,
tem beiral onde pardal se aninha...
meu quintal tem varais ao vento...
Tem beija-flor mensageiro que traz recado de uma flor
para outra e conta segredo ...
para outra e conta segredo ...
Meu quintal é assim...
A chuva cai de mansinho para casamento de viúva
e se faz sol,
tem casamento de espanhol...
e se faz sol,
tem casamento de espanhol...
A brisa passa devagarinho, faz dançar o arvoredo...
Meu quintal não tem muro...
tem cercas onde descansam lânguidas trepadeiras...
tem cercas onde descansam lânguidas trepadeiras...
Lá a gente trabalha de consertar ninhos e agasalhar casulos...
Lá a gente ouve plantas e bichinhos e fala com passarinhos...
As trilhas do meu quintal são feitas assim...
de terra e canto...
de passos e compassos de canarinho e bem- te- vi...
de passos e compassos de canarinho e bem- te- vi...
Meu quintal é bem assim.
Linda Lacerda.
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