Súplica
Paraminense
Esperamos
pelo tempo das águas. Pedimos, clamamos pela Misericórdia Divina. Todas as
manhãs, indo para o trabalho perscrutava o céu procurando algum sinal, alguma
nuvem. Observava o comportamento das formigas e de outros insetos.
Até
que a chuva veio. Mas foi muito rápida. Passou
por aqui e foi embora para outras paragens. Nem deu para molhar o caminho. Os
rios, córregos e nascentes estão secando. As plantas estão morrendo. Os bichos
estão morrendo. Os passarinhos, quase não escuto mais seu canto. Todos os dias
eu coloco as vasilhas com água e comida, porém quase não vêm mais. Acho que é o
calor, insuportável. A soalheira desanima qualquer ente vivo.
A
pingueira melódica, na lata esquecida no terreiro, embalava o sono da menina em terras de Onça de
Pitangui. Hoje, é apenas uma lembrança querida.