quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Súplica Paraminense

Esperamos pelo tempo das águas. Pedimos, clamamos pela Misericórdia Divina. Todas as manhãs, indo para o trabalho perscrutava o céu procurando algum sinal, alguma nuvem. Observava o comportamento das formigas e de outros insetos.
Até que  a chuva veio. Mas foi muito rápida. Passou por aqui e foi embora para outras paragens. Nem deu para molhar o caminho. Os rios, córregos e nascentes estão secando. As plantas estão morrendo. Os bichos estão morrendo. Os passarinhos, quase não escuto mais seu canto. Todos os dias eu coloco as vasilhas com água e comida, porém quase não vêm mais. Acho que é o calor, insuportável. A soalheira desanima qualquer ente vivo.
A pingueira melódica, na lata esquecida no terreiro,  embalava o sono da menina em terras de Onça de Pitangui. Hoje, é apenas uma lembrança querida. 



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