domingo, 26 de abril de 2015

Fuxicando

As muitas aplicações do fuxico.
Fazer fuxico requer paciência e capricho, mas vale a pena o trabalho. Aqui estão algumas ideias para o seu uso, e com bom gosto, tornando as peças mais lindas ainda.
Em roupas de cama e mesa e cortina:







Aplicando em cartões:

 ...em enfeites,


...Em diversos modelos de mimos,



...em acessórios - lindo este colar - 

...para crianças,


...enfeitando a casa,

... fazendo parte de casamento!

Não são ideias incríveis?! Então, mãos a obra e belos trabalhos!

Todas as ideias são do Pinterest, daqui

sábado, 25 de abril de 2015

Coisa mais linda!


Marca-páginas



Ao que, alforriado me achei. Deixei meu corpo querer Diadorim; minha alma? Eu tinha recordação do cheiro dele. Mesmo no escuro, assim, eu tinha aquele fino das feições, que eu não podia divulgar, mas lembrava, referido, na fantasia da ideia. Diadorim – mesmo o bravo guerreiro – ele era para tanto carinho: minha repentina vontade era beijar aquele perfume no pescoço: a lá, onde se acabava e remansava a dureza do queixo, do rosto... Beleza – o que é? E o senhor me jure! Beleza, o formato do rosto de um: e que para outro pode ser decreto, é, para destino destinar... E eu tinha que gostar tramadamente assim, de Diadorim, e calar qualquer palavra. Ele fosse uma mulher, e à-alta e desprezadora que sendo, eu me encorajava: no dizer paixão e no fazer – pegava, diminuía: ela no meio de meus braços! 

 João Guimarães Rosa em Grande Sertão: Veredas 


                                                                                       Daqui

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Cora Carolina

                                                                                                                                    Daqui

HUMILDADE
Senhor, fazei com que eu aceite minha pobreza
tal como sempre foi.
Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.
Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.
(Cora Coralina, 1965.)


Nem a "casa de chão pedras e tábuas remontadas" eu tenho. Inda é alheio o chão que eu piso. Ainda assim agradeço a Deus o pouco que consegui: o alimento de todo dia, o mínimo para  a sobrevivência e a oportunidade do conhecimento adquirido!

segunda-feira, 13 de abril de 2015

60 anos!

Meu aniversário, 60 anos! E entre os mimos que recebi, de pessoas caras ao meu coração, um me agradou sobremaneira, ofertado por Rosa Alves, a quem agradeço pela sensibilidade que tocou-me. Por perceber em mim essa capacidade de ver coisas que somente uns poucos enxergam: coisas que nos fazem completamente felizes. Rosa alegrou mais ainda o meu dia com a linda poesia de Cecília Meirelles:
                                                        A arte de ser feliz
Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa, e sentia-me completamente feliz.
Houve um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém minha alma ficava completamente feliz.
Houve um tempo em que a minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não a podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que ouvisse, não entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, e às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu que não participava do auditório imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.
Houve um tempo em que a minha janela se abria para uma cidade que parecida feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e, em silêncio ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros, e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos: que sempre parecem personagens de Lope da Vega. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outras dizem que essas coisas só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.


domingo, 5 de abril de 2015

A Ressurreição do Senhor!

Ele vive, ele reina, ele é o Senhor!

Desejo a todos uma  Páscoa Abençoada! Que Ele permaneça em seus corações e que traga vida em plenitude!